Livro: - Céu Sem Estrelas - Iris Figueiredo

Um romance sensível e envolvente sobre autoestima, família e saúde mental.
Cecília acabou de completar dezoito anos, mas sua vida está longe de entrar nos trilhos. Depois de perder seu primeiro emprego e de ter uma briga terrível com a mãe, a garota decide passar uns tempos na casa da melhor amiga, Iasmin. Lá, se aproxima de Bernardo, o irmão mais velho de Iasmin, e logo os dois começam um relacionamento. Apesar de estar encantado por Cecília, Bernardo esconde seus próprios traumas e ressentimentos, e terá de descobrir se finalmente está pronto para se comprometer. Cecília, por sua vez, precisará lidar com uma série de inseguranças em relação ao corpo — e com a instabilidade de sua própria mente. “Uma história brilhante sobre encontrar a sua força mesmo quando não há esperanças. Iris escreve com uma sensibilidade incrível e dá voz aos jovens que vivem a busca constante pelo seu lugar no mundo.” – Vitor Martins, autor de Quinze Dias.
O universo traça caminhos estranhos mesmo. Minha ideia era finalizar essa leitura no final de agosto, mas só aconteceu agora, no início de setembro. Setembro Amarelo! Durante todo o mês temos uma campanha para conscientizar sobre o suicídio. E saúde mental é essa história.
Era para ser um dia de comemorações. Dezoito anos é aquela idade que abre portas para idealizações, principalmente as profissionais. Aquele dia, era aniversário de Cecília. Suas amigas estavam ansiosas para o evento da noite e ela já festejava pelo seu primeiro emprego. Porém, no dia do seu aniversário, Cecília foi demitida.
Envergonhada, Cecília decide esconder a notícia de todos até a segunda ordem. Para a mãe não desconfiar, ela continua agindo como se estivesse trabalhando; saindo e chegando em casa no mesmo horário. O relacionamento entre mãe e filha anda estremecido. Cecília está ressentida, pelo fato da mãe ter permitido o retorno de seu padrasto, mesmo lhe alertando sobre a índole do cara. Quando a mãe descobre sobre a perda do emprego, elas brigam feio. E assim, Cecília se viu na casa de sua melhor amiga, Iasmin.
Cecília, Iasmin e Rachel são amigas há anos. Elas sempre estão ao seu lado, aconselham e sabem muito bem o que toca seu emocional. Os eventos recentes acumulam críticas dentro da menina insegura e reviram questões passadas. Quando se muda para a casa da família de Iasmin, a jovem se conecta com Bernardo, irmão da amiga. Cecília o conhece há anos, mas nunca se aproximou o bastante, pois preferia manter seus sentimentos em segredo e não levantar suspeitas entre os irmãos.
Logo, eles estão trocando dicas sobre livros e pertencendo o mundo um do outro com sorrisos e confidências. Mas não diminui a insegurança de Cecília. Mesmo Bernardo sendo adorável e presente, ela nutre receios em se envolver. Infelizmente, o relacionamento também acaba por testá-la. Acompanhamos os vários caminhos de sua saúde mental; os momentos bons e ruins.
"Ainda tenho medo do abandono, mas procuro pensar todos os dias que aqueles que importam estarão sempre comigo. Que uns chegam e outros vão, mas que não posso aceitar menos do que eu mereço."
Uma história que revira nossa empatia a cada página. Não é drama, não é frescura e não é falta de espiritualidade. É um emocional se despedaçando diante de nossos olhos, e uma jovem que vive como se pisasse em cacos de vidro. A autora conduz a narrativa com tato, sem romantização; nos traz um final agridoce e verossímil. Há momentos tocantes e bem pesados. E há caminhos para o final feliz, mas não é porque o primeiro passo foi dado que chegará na linha de chegada num estalo de dedos. Gente, eu chorei demais lendo a "cena da igreja".
A construção de Cecília é maravilhosa. Uma menina doce e inteligente que acumula dores em relação a baixa estima e abandono paterno. Se vê insegura em relação ao seu corpo, por gente da família e outros a lembrarem de forma ofensiva, como se fosse doença, que é gorda. Adicionando as ações da mãe dela e, consequentemente, tudo afeta suas relações positivas. Tem gente que se assusta e muito com essa questão, mas é real, o primeiro gatilho vem de casa.
Sempre falo que amo abordagens em cima da saúde mental, pois sempre me identifico com as questões emocionais. Com Cecília foi logo nas primeiras páginas. Sério! Tive que pausar a leitura. Eu fui demitida do mesmo emprego que ela, e também era uma temporária, sonhando com efetivação. Senti muita vergonha na época e comecei a me achar inútil. Foi quando notei que um dos meus gatilhos vinha de casa. Conforme as páginas desta leitura avançaram, foi impossível não me sentir uma observadora feliz por aqueles amigos a aconselhando e criando lembranças felizes para ela. E a vózinha linda dispensa comentários.
A amizade é um ponto muito forte no enredo, além das questões familiares. Nos faz refletir sobre muito do que aceitamos, mas não deveríamos. Cecília tem amigas incríveis e apesar de não ter simpatizado muito com Iasmin, eu apreciei que em todas as ocasiões com a amiga, ela sempre se saía muito madura. Já a relação de Cecília e Bernardo é muito fofa. Os dois são muito adoráveis, principalmente trocando dicas literárias. Também adorei Rachel e creio que foi a primeira personagem com deficiência física que conheci em um livro nacional do gênero.
"Eu estava cansada de pedir desculpas por meus sentimentos. Às vezes tinha a impressão de que fazia isso o tempo inteiro."
Céu Sem Estrelas é uma leitura mais que recomendada para todas as idades. Precisamos reforçar a importância dos caminhos a buscar, ser amigos e acima de tudo refletir como nossas palavras podem atingir ao próximo. Iris Figueiredo nos traz uma narrativa embasada em questões atemporais e diversidade.
Uma parte do clima e cenário me remeteram aos sentimentos que também tive lendo Fangirl, da Rainbow Rowell. E apesar de todo clima universitário e tals, ambas os classificam como YA, algo que adorei saber conversando com a Iris. Muitos julgam os YAs, por cogitarem encontrar coisas imaturas. Apenas parem e vão ler.
" Eu tinha certeza de que princesas não escondiam cicatrizes."
A edição está linda. Começando por essa capa e arte maravilhosas, com participação da noite estrelada em solo carioca. Ótima revisão, e a louca das fontes aqui adorou todas usadas. E muito bacana a invasão das redes sociais nos livros.
~*~
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. https://www.cvv.org.br/
Autora: Iris Figueiredo
Origem: Literatura Brasileira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788555340697
Publicação: 2018
Páginas: 360
Origem: Literatura Brasileira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788555340697
Publicação: 2018
Páginas: 360
Série: ?
O Que Tem? Saúde Mental, Vida Universitária, Fusca Azul
O Que Tem? Saúde Mental, Vida Universitária, Fusca Azul
Links: Skoob - Compre Físico - Compre E-book - No Site da Editora - Site da Autora
O Canto Cultzíneo agradece o Grupo Companhia das Letras (Seguinte) por ceder o exemplar para análise.
CONFIRA TAMBÉM NAS LOJAS ABAIXO:
Bacana, poucos livros tratam a saúde mental ... vou anotar essa dica!
ResponderExcluirhttp://clebereldridge.blogspot.com.br
"Uma história que revira nossa empatia a cada página. Não é drama, não é frescura e não é falta de espiritualidade. É um emocional se despedaçando diante de nossos olhos e uma jovem que vive como se pisasse em cacos de vidro." Que resenha maravilhosa Nana! ♥
ResponderExcluirTô doida pra ler esse livro, nunca li nd da Iris!
Adoro YA's bem escritos e substanciais!
Bjs
http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com
Oi Nana! Vi tantos comentários positivos sobre o livro que resolvi ler, a trama parece ser bem emotiva. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Nana!
ResponderExcluirEu to apaixonado por essa capa <3 E MUITO CURIOSO. Já adicionei o livro na lista de compras desde que vi as primeiras resenhas. Apesar do tema parecer bem intenso, só em saber que o livro transborda empatia, já me cativa. Quero muito conhecer não só a personagem, quanto a escrita da autora. Vai ser meu primeiro contato com a Iris. Ela é uma fofa. Sigo ela nas redes e sempre simpatizo com as postagens.
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com
Gostei da resenha Nana. É muito bom vermos romances como este tocando corações e abrindo os olhos de muita gente para as mazelas que assolam a nossa sociedade. Beijo!
ResponderExcluirwww.newsnessa.com
nossa adorei conhecer esse livro, eu adoro essa temática ligada a saude mental e a historia parece ótima, com certeza fiquei curiosa pra ler
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Ameei a capa desse livro, super linda! com certeza quero ler!
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Oi Nana, tudo bem? A capa a e a trama são lindas! Lá no blog a Ari está lendo e tenho impressões bem parecidas com a sua!! Que bom que foi uma boa leitura!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Nana, eu estou tão curiosa para ler essa história. Amo ver novos autores nacionais se destacando dessa forma. E acho muito importante todos os temas que a Iris ousa trazer nesse livro. Fiquei ainda mais animada lendo a sua resenha e imagino como a leitura deve ser algo intenso e forte! Os Delírios Literários de Lex
ResponderExcluirOi, Nana! Tudo bom?
ResponderExcluirEu fiquei TÃO apaixonada por esse livro que aaaaaaaaa. A sensibilidade na narrativa da Íris mexeu muito comigo; chorei largada em vários momentos da trama.
Cecília foi um amorzinho e queria colocar num potinho pra proteger do mundo <3
Deu saudade dessa leitura!
Beijos,
Denise Flaibam.
www.queriaestarlendo.com.br
Olá Nana! Tudo bem?
ResponderExcluirEsse livro foi um sucesso na bienal e a autora é gente boa demais, quero muito ler e desejo ainda mais sucesso para a autora, ótima resenha....bjs.
http://devoradordeletras.blogspot.com
Oi Nana,
ResponderExcluirEsse livro bombou na bienal e o pessoal anda falando muito bem dele.
Vou por na lista de leitura, já que parece ser bem tocante.
Bjs e uma boa semana!
Diário dos Livros
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Menina não estou interessada na leitura no momento, MAS AMEI A PREMISSA. Gosto de livrinhos assim, dá até uma aquecida no coração quando o autor sabe abordar esses temas por mais "simples" que sejam, qndo são bem escritos a coisa fica maravilhosa.
ResponderExcluirTenho que ressaltar que capa mais linda, pqp <3
http://www.seguindoocoelhobrancoo.com.br/
Oi, Nana
ResponderExcluirMulher, arranca esse adesivo pelo amor do céu! hahahaha Sempre que eu vejo foto de um livro da Cia com esse adesivo me dá uma gastura que você não faz ideia! hahahahaha A primeira coisa que eu faço quando o livro chega aqui e tirar e limpar a cola! hahahahaha Enfim, desabafei! hahahahah
Que bom que foi uma leitura que te fez tão bem, até mesmo nos momentos em que você se emocionou e se sentiu representada. É bom saber que não estamos sozinhos, mesmo que nossas dores estejam sendo representadas por alguém que não existe, mas que foi criado por alguém que existe e sente empatia pelos temas abordados. Quero ler, mas não dá para comprar agora, infelizmente.
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Oi Nana, tudo bem?
ResponderExcluirNão sabia que o livro trazia temas tão pesados. A capa fofa me "enganou".
Achei muito interessante essa dica, especialmente considerando o mês do Setembro Amarelo.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oiii Nana
ResponderExcluirÉ ótimo essa indeitificação com o personagem e torcer pelos momentos de superação dela, pelos amigos que apóiam, pela trama bem escrita que prendeu completamente. Eu gosto de livros que abordam qualquer problema de saúde mental, acho além de necessário sempre esclarecedor, Céu sem estrelas está na minha lista e quero muito ler.
Beijos
www.derepentenoultimolivro.com
Olá, Nana.
ResponderExcluirEu quero muito ler esse livro. Até ensaiei de comprar ele mas desisti porque está um pouco caro. Mas vou ler e pelos comentários que estou lendo sobre o livro, sei que vou me identificar com a história. Assim que baixar vou comprar ele.
Prefácio
Oi, Nana.
ResponderExcluirGostei da trama do livro.
Acho muito importante ter obras que tratam de temas mais sensíveis, como essa questão da saúde mental, depressão e suicídio.
Bom saber que é uma obra nacional.
Bela resenha.
Abraços.
Diego || Diego Morais Viana