Falando Com Fantasmas #5: Aquele Em Que Não Me Inscrevo Mais Em Parceria Com Editoras

Isso é um diário, ó ó o segredo...

Olá pessoas! Para quem está chegando agora, essa é a coluna pessoal do blog. Lembram que antigamente os blogs eram mais voltados para textos pessoais? Pois é. Eu quis fixar esta coluna por aqui, mas sou uma negação pra atualizá-la. Claro que fiz promessa de ano, montando uma lista com alguns tópicos, quem sabe dá certo, né? E como ela é meio que um diário, as atualizações não são divulgadas nas redes do blog.

Hoje decidi conversar sobre uma coisa ~meio que~ boa que aconteceu durante a pandemia. Né, época trevosa que serviu pra gente amadurecer e refletir sobre tanta coisa. Tá certo que tem uns aí que nem com reza... mas acredito que a maioria sim. Enfim, como boa parte da população, a minha saúde mental também foi super afetada por todo clima pesado - e tá até hoje, pois ficar longe das notícias não é uma opção, rs - e, claro, toda alegria e empolgação que eu tinha com o blog e outras coisas foram diminuindo. Há anos eu lido com a ansiedade e as paranoias dela, então me tornei a pessoa que decide pensar nisso primeiro pra agir.

No ano ápice da pandemia, eu perdi uma das parcerias aqui do blog; também perdi minha avó materna e duas tias queridas. Daí chegou o final do ano e eu já sabia que seria chutada pela querida. Não usei nada do que aconteceu comigo pra segurar a parceria. Afinal, é de se imaginar que todo mundo passou por isso naquele ano e ter o mínimo de empatia. Por fim, não consegui entregar a quantidade de resenhas exigidas. Ainda especifiquei que um dos livros havia se perdido e TUDO que eu queria era o código de rastreio - eu moro em área de risco e preciso buscar na agência vez ou outra. A pessoa lá sempre cozinhou meus e-mails, as vezes nem lia o que eu escrevia e muito menos minhas dúvidas. Essa situação se deu até a última semana antes da pausa pra renovação. Ela simplesmente me respondeu com um: tá bom, QUERIDA - que obviamente encarei como puro deboche. O póbi livro ainda deve tá perdido, já nunca chegou aqui.

A segunda parceria, das últimas daqui, eu que optei por sair. A pessoa lá queria mandar nas minhas resenhas de nacionais, praticamente proibindo de ter qualquer tipo de negativa - sobretudo na Amazon. As vezes eu acho que peso nas avaliações, a nota em si, mas prezo em destacar tudo de bom do livro antes de sinalizar as falhas. Eu tenho mercúrio em virgem, sou chata por natureza. Até porque se quem critica não falar, como vai ajudar o autor crescer? Nenhum autor é perfeito não gente, nem Stephen King publica livro cinco estrelas todo dia. E eu não solicito livro na intenção de negativar, leio sinopse e resenhas até tiver a sensação de no mínimo 4 estrelas. Mas tem momentos que o golpe está aí, cai quem quer. Ha! Também teve o fato que escolheram tratar as coisas importantes em grupo do zap, que acho abominação pura.

A ideia não é expor, mas comentar como estas situações reformularam tudo na minha mente perante esta questão das parcerias com editoras - e de outras que vocês fazem, quem sabe. Sim, eu pensei e MUITO antes de tentar a renovação com a Faro, porque eles me respeitam demais e em nenhum momento queria deixá-los na mão. Mas se não rolasse, eu ia me sentir muito agradecida - como disse, eles respeitam e muito a parceria, comigo e com os outros blogueiros. 

Lembrando que a primeira postagem que fiz aqui foi em 2011. Olha quanto tempo! TANTO tempo pra pensar em não perder mais tempo se humilhando. Só aceitar, sabe? Peguei a época da euforia, as farpas e as tretas quando saia a lista de aprovados - hoje a maioria nem divulga por isso. Toda parceria divulgada vinha com trocentas acusações de plágio. Ha! Caí na emboscada de participar de grupo, como mera novata, e fui exposta por blogueiros que achei que poderia considerar amigos. Fizeram print de uma discussão no grupo, que questionava se kit x era pra todo mundo. Como a burra aqui comentou na postagem, meu nome estava lá no meio. Daí aprendi duas coisas: nunca mais participar de grupo NENHUM da blogosfera, parceria ou blogueiro, além de que eles sempre vão te encarar com o ar da competição. É péssimo porque nunca que dá pra confiar se a amizade é real ou se tá sendo amigo por achar meu conteúdo inferior. Eu sempre estive na internet pra fazer amigos - porque na vida real sempre foi praticamente inexistente - do que competir.

E chegando em 2022 começou aparecer aquele monte de anúncio. Não botei meu nominho e não pretendo mais colocar. Não faço questão de números, pois acredito que quando você NÃO força por eles a coisa é bem melhor. Hoje em dia tudo se resume a isso e a exposição - que não faz nem um pouco meu estilo. Depois de dez anos escrevendo pra cá, realmente não vale mais a pena surtar e detonar a autoestima por um rastreio de livro, queridas debochadas, controle de resenha, a falta de likes, seguidores, comentários, o compartilhamento, não ser popular, não ser notada pela própria parceria, não conseguir atenção de uma editora grande super desejada - que certamente pula o nome do seu blog pra dar vaga pra instagram de 50 mil seguidores que só posta sinopse - e se perguntar INÚMERAS vezes: O QUE TEM DE ERRADO COM MEU BLOG? Daí você se descabela pra trocar layout e tudo mais. No fim você chora inúmeras noites se sentindo invisível. Depois descobre que não tem nada errado com seu blog ou conteúdo, é só o capitalismo ou você não tem contatinho. Infelizmente tarde demais, porque você já desativou e excluiu todo seu trabalho.

As parcerias são ótimas pelo ganho sim. Não sou boba, eu amo ganhar livro. Todavia, eu tinha essa mentalidade de que, se meu blog não comentasse sobre lançamentos, ele iria flopar. Então muitas vieram na fase em que fiquei desempregada, amenizando essa questão. Dizer pra vocês: FAZ MUITO TEMPO que eu não compro um livro lançamento desejado. Só compro na Bienal, daqueles das promos de menos dez reais; os e-books pego inúmeros gratuitos na Amazon todo dia. E todos são histórias que eu poderia dar o mesmo valor, afinal só mudou o preço. Talvez o universo queira que eu invista mais nos de fácil acesso neste momento: os e-books e audiobooks. Quem sabe...

Aproveito pra finalizar o textão dizendo que, talvez, tenha umas mudanças nas postagens por aqui. Sempre foi hobby e terapia e vai continuar sendo. As pausas são necessárias e ajudam muito. Talvez eu volte como no início do blog - as críticas de filmes e séries como prioridade, porque são os que entraram na minha vida antes dos livros e tenho amor maior. Os livros tomaram a prioridade por causa das parcerias e a responsabilidade de entrega. Não, não pretendo parar de postar as análises de leituras, mas talvez diminua; talvez tenha mais de e-books, além do Kindle agora o app do Skeelo também enchendo, haha, e não tem nenhum problema. Quer dizer, talvez só para a blogueira famosa rica que reclamou uma vez no twitter que eu postava muita foto de e-book + Kindle no meu insta. Disse que eu estava fazendo propaganda pra Amazon. Por que óbvio esse povo só pensa em $$$$$$.

No mais quero agradecer a Alê que fez um texto com umas reflexões parecidas, e acabou inspirando por aqui. 

Obrigada pela leitura.