Livro: Ponte do Medo - Taylor Adams

Do autor de Sem Saída – um novo e fascinante thriller psicológico com uma heroína inesquecível. (A. J. Finn). Três meses atrás, Cambry, a irmã gêmea de Lena, dirigiu até uma ponte remota e saltou 60 metros para a morte. Pelo menos, essa é a versão oficial da polícia. Então, Lena pega a estrada, dirigindo o carro da irmã, munida de um gravador, determinada a descobrir o que realmente aconteceu, para entrevistar o policial no local onde ele encontrou o corpo de Cambry. O cabo Raymond aceita encontrar Lena. Ele é simpático, franco e profissional. Mas sua história não parece se encaixar. Registros de ligações da irmã para a polícia e mensagens cortadas com partes reveladoras desenham algo mais complexo. Lena fará de tudo para revelar a verdade. Mas, conforme vai descobrindo mais detalhes, a busca se transforma em uma luta pela própria sobrevivência – pois colocará à prova tudo o que ela achava que sabia sobre a irmã e sobre si mesma. “Uma injeção de adrenalina direto no coração! Explosiva e imprevisível, este livro deixará você no limite desde a primeira página.” – Riley Sager, autor best-seller de Home Before Dark. Para amantes de suspenses de tirar o fôlego! Em Ponte do medo, Taylor Adams mostra de maneira grandiosa como criar personagens arrebatadores, inimigos realmente perigosos e um clima absurdamente sufocante.

e passamos o ano de 2022 desconfiando de todos os Raymonds presentes nos livros da Faro Editorial, rs

Claro que depois de uma leitura tão eletrizante quanto a de Sem Saída foi difícil não ficar ansiosa para um próximo lançamento de Taylor Adams. E, pelo visto, o cara é o rei das - quase - 24 horas. Ha! A trama de Ponte do Medo se desenrola com a mesma dinâmica e, também, entrega ótimas viradas.

Lena Nguyen ainda está lidando com o luto. Três meses atrás, de acordo com a polícia de Montana, sua irmã gêmea - Cambry - cometeu suicídio em uma ponte que coleciona finais infelizes. A Ponte do Grampo, como é conhecida no local, é um cenário obscuro e definida pelos moradores como mal-assombrada. As informações em relação a morte da irmã despertaram dúvidas em Lena, que acredita fielmente que Cambry jamais cometeria tal ato. Todas as recordações que Lena mantém da irmã a definem como aventureira, sem regras, espirituosa e alguém que prezava a liberdade. Lendo e relendo todas as informações do caso - e dividindo com os leitores de seu blog - Lena tem a certeza de que precisa ter uma breve conversinha com Raymond Raycevic, o cabo que alega ter encontrado o corpo de Cambry.

Dominada por desconfiança até o último fio de cabelo, Lena arquiteta o plano (im)perfeito para desafiar Raycevic após um encontro em uma lanchonete local. Os dois seguem até a Ponte do Grampo, que será o cenário do confronto pelas próximas horas. Ela está certa de que o policial mentiu em seu depoimento, além de que ele esconde muito mais sobre aquela famigerada noite. Ele certamente não esperava que a mente de Lena fosse tão perspicaz a ponto de desenhar seus passos tão facilmente, lendo o arquivo, colocando-o de frente com Cambry momentos antes do crime.

Nas próximas horas, Lena o questionará e exigirá toda verdade. Uma coisa é certa: ela se surpreenderá com o quanto a irmã se distanciou das lembranças que ela mantém. Dentro dos meses afastada de casa, Cambry desatou um pouco do laço em relação a sua família. Eu disse que Cambry era sem regras, né? Antes de todo acontecimento, ela estava rodeando parte do país com um namorado problemático e pouco tinha vontade de retornar para casa. No entanto, dizem que o laço que unem os gêmeos é forte; para toda vida. 

Em narrativas paralelas seguem duas linhas: a primeira remonta as horas antes da morte de Cambry, enquanto a segunda prepara o leitor para o possível xeque-mate de Lena. Conforme o duelo avança, a protagonista compartilha parte de seus planos com os leitores do blog. Lena será capaz de desvendar a verdade sobre as últimas horas de vida da irmã ou só terá de aceitar e seguir em frente? O único problema é saber se ela está realmente correta em suas suspeitas, senão acabará decepcionada.

"Sempre existe a possibilidade de vingança.

A vingança bastará pra mim."

Os thrillers do autor Taylor Adams são daqueles tão eletrizantes que o leitor finaliza com a sensação de que acabou de sair de uma sessão de cinema. Esse sentimento me acompanhou durante a leitura de Sem Saída, e foi ótimo reencontrá-lo por aqui. Torço para que também tenha a mesma sorte de ganhar uma boa adaptação. E esta também não é uma trama tão fácil de expor sem revelar grandes acontecimentos.

Apesar de ser sabotado pela repetição, que tenta segurar o máximo do suspense no confronto entre Lena e Ray na primeira parte da narrativa, Ponte do Medo consegue nos levar a cogitar que tudo está facilmente solucionado no momento em que o autor nos apresenta ao policial. Mas é uma leitura repleta de viradas, entregando ótimas revelações - e o melhor é se surpreender junto com a protagonista. Sério, até a última página o leitor pode esperar por uma surpresinha deste autor. Aliás, surpresa poderia ser um subtítulo para este livro. Todos os personagens apresentados têm sua cartinha na manga. Embora uma leitura dominada de revelações também tem lá seu lado negativo. O autor ficou tão sem limites que eu imaginei uma possiblidade em relação ao estado de Cambry - e ainda bem que ele não usou. Seria surreal. Foi culpa da empolgação dele.

Não é uma narrativa lotada de personagens. Lena e Ray dominam em cena, entretanto não significa a falta de outros coadjuvantes relevantes. Lembram das surpresas? Pois, é! Então nada a comentar. Ha! Talvez possa mencionar um coadjuvante meio caipirosca, nível Stephen King, que surge para perturbar ainda mais esse confronto na ponte. As gêmeas, de descendência vietnamita, dividem a narrativa e é interessante notar semelhanças no instinto de sobrevivência delas, apesar de Lena entregar uma construção de tom mais calmo e nerdinho. Embora não se deixe enganar: estamos falando de uma jovem que perdeu a irmã e tem a certeza de que foi feita de trouxa. Ela está com sangue nos olhos!

"Você morre quando é esquecido."

E, claro, não poderia esquecer de destacar o alvo da garota: o policial Raymond. O personagem é o ápice do autor neste suspense; ótima construção alimentando um personagem super imprevisível. Certamente, até os últimos segundos de sua leitura, dará para desconfiar das palavras dele e ansiar pela próxima cartada. Culpado ou não, o cara é daqueles que sabe adestrar a ótima lábia. Só é estranha a indecisão do autor em relação ao nome e apelido. Em cada capítulo encontra-se um diferente e foi chatinho de escolher qual usar na análise.

Como mencionado, Lena está atualizando todos os seus passos para os leitores de seu blog. A tecnologia é muito presente na trama. O autor transmite bem aquela sensação cinéfila, mas eu realmente queria assistir toda a arquitetura da artimanha final da protagonista.

Para quem procura uma leitura daquelas de virar à noite, Ponte do Medo pode ser uma ótima opção para a próxima madrugada. Se você é fã do autor Harlan Coben e suas baitas reviravoltas, não pode deixar de dar uma chance para o mais novo suspense do autor Taylor Adams.

"- Eu só saio daqui morta."

Edição lida em físico. É consenso sempre elogiar as edições da Faro. Cada vez mais a editora entrega uma ótima organização, respeitando a trama, sobretudo quando se trata de livros deste estilo. A narrativa dividida em partes realmente atiça a seguir com a leitura. Fonte confortável, sem grandes erros notados. E só quando se lê a gente aprova a ideia da capa, real!

assista a versão em vídeo - timing muito bom, já que ficou pronta juntinho, ha!

aproveita e se inscreva lá no canal, desde já agradeço :)

Autor: Taylor Adams
Título Original: Hairpin Bridge
Origem: Literatura Norte-Americana

Recomendação do Canto: +16 anos
Editora: Faro Editorial
Tradução: Fábio Alberti
ISBN: 9786559571901
Publicação: 2022
Páginas: 256

Série: Não
O Que Tem? Suspense, Confronto na Ponte, Cartas na Manga, Dinossauro, Véio Doido, 24 horas

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O Canto Cultzíneo agradece à Faro Editorial por ceder o exemplar para análise.